Perguntas Frequentes

A palavra Walonom não possui um significado literal, funcionando como um símbolo muito mais do que uma palavra. Walonom diz respeito a um modo especial de mergulhar na religião céltica, um modo de viver e compartilhar com iguais. Ela é fruto de Inspiração Sagrada e funciona como homenagem aos nossos Ancestrais servindo de farol aos praticantes que buscam um espaço de pertença. 

Walonom é uma ordem de paganismo céltico, congregacionista e iniciática que visa fomentar o contato da sua comunidade com aspectos históricos, folclóricos, artísticos e espirituais do mundo céltico. Foi fundada em 2001 na cidade de Porto Alegre e desde então vem desenvolvendo uma série de trabalhos, tornando-se em 2014 aberto à recepção de pessoas de fora do estado original contando hoje com pessoas de todo Brasil e do exterior.

Como Irmandade formamos um espaço de compartilhamento e comunhão com nossa religião, acolhendo e orientando as mais diversas pessoas em diferentes espaços que ocupamos. Como Ordem organizamos um clero e o treinamentos daquelas pessoas que buscam caminhos de formação e iniciação. Como Congregação nos reunimos na busca de estudo, vivência e prática de nossa religião de forma intensa e organizada;

Nossa comunidade é composta por diversas pessoas em diferentes lugares do mundo e isso começou a acontecer quando sentimos um chamado para ampliar nossa atuação dentro da religião céltica, deixando de ser um grupo local e estando disponível em todo canto. 

Como Ordem organizamos um clero e o treinamentos daquelas pessoas que buscam caminhos de formação e iniciação dentro de nossa congregação (membresia da Ordem) e como tal nos reunimos na busca de estudo, vivência e prática de nossa religião de forma intensa e organizada. Já como irmandade formamos um espaço de compartilhamento e comunhão com nossa religião, acolhendo e orientando as mais diversas pessoas em diferentes espaços que ocupamos.

A TDW é uma designação cunhada pelos nossos fundadores e perpetuada dentro do trabalho que desenvolvemos. Ao longo das últimas décadas diversos grupos e movimentos surgiram em busca da construção de uma religiosidade baseada nos Celtas, dentro deste cenário surge a Tradição Druídica Waloniana (TDW). É como chamamos nosso modo de viver e religião céltica, resultado de nossas crenças, práticas, calendário litúrgico e todos elementos que podem existir em uma religião.

A liderança de Walonom e de toda comunidade vem através do cargo de Guardião da Ordem. Há outras camadas de liderança que são desempenhadas por outras pessoas em outros cargos e posições na Ordem.

Nosso brasão é composto por uma série de símbolos:

A lua crescente é um símbolo muito associado à nossa Tradição, sendo oriundo da marca do nosso Sacerdócio. Ela cumpria um papel essencial na organização social da vida céltica, servindo como fonte de luz durante a noite e como um relógio natural. Ela fica acima indicando sua luminescência, guiando nosso caminho. As bagas e folhas de carvalho representando força, estabilidade e ancestralidade, as folhas indicam a presença da árvore, ligação dos Três Reinos, especialmente o carvalho, muito associado aos Celtas. Já a presença das bagas indica continuidade e permanência, mostrando que trabalhamos e respeitamos os ciclos. Já a serpente fala de cura, as iniciações e nossa maior força: resiliência. A ecdise (troca de pele) acontece quando ela precisa crescer e consequentemente se livrar da pele que a encobre. Ela se enrodilha formando um nó, mostrando sua posição amistosa, ainda que peçonhenta. Já as três gotas são gotas de veneno na cauda da serpente, indicando nosso potencial selvagem e também como um lembrete de força para entrada no Outro Mundo, caminhando entre as cortinas que nos separam.

A primeira camada da organização da nossa congregação se dá dentro das Castas, elas mantêm as tarefas, obrigações e deveres distintos dispostos de forma clara. Diferente do que algumas pessoas podem pensar, nossa organização de castas acontece de forma horizontal e não vertical, colocando as pessoas não umas sobre as outras mas ao lado, criando uma belíssima congregação plural e ativa. São elas:

Duine;
Asarlaí;
Daltaí;
Naofa.

O processo de entrada na Congregação da Ordem Walonom se dá através do preenchimento de um formulário presente em nosso site e deverá ser preenchido quando você se sentir inclinado a participar de forma ativa de uma congregação espiritual. Após o recebimento de sua ficha iremos te encaminhar para nosso processo de acolhimento de novos membros e então, após concluir essa etapa poderá ser aceito como parte integrante de nossa Ordem.

Não. Não há relação entre religião e ancestralidade genética. Do mesmo modo que ninguém precisa ser romano para pertencer à Igreja Católica nem descendente do antigo Reino do Daomé para ser de do Vodun. Todos são aceitos em nossa comunidade ou congregação independente de sua etnia, origem genética, sobrenome, raça, cor, sexualidade, classe social etc.

A formação sacerdotal se dará após período de treinamento estipulado pela ordem e tem duração diferente para pessoas diferentes. Isso acontece porque o empenho nos estudos e práticas e sua adesão às obrigações sacerdotais podem ser diferentes de outras pessoas, um tempo médio de formação costuma ficar em 5 anos.

Lembrando que o caminho sacerdotal é totalmente opcional, não sendo o foco de nossa vivência religiosa.

Não é preciso entrar em Walonom para experimentar a nossa tradição, nossa comunidade e aberta ao público e oferecemos material gratuito em nosso site, página no Facebook, grupo Paganismo Celta no Facebook, canal de Walonom no YouTube, encontros presenciais em nossa sede em Porto Alegre, encontros virtuais em formato de seminários também abertos a quem se interessar. Persistindo seu interesse em nossa comunidade, você pode se inscrever no email e se tornar um duine.

Toda prática religiosa e espiritual precisa ser bem estruturada e para isso você terá de dedicar-se aos estudos. Tais estudos serão nivelados para diferentes tipos de dedicação que uma pessoa decide ter em nossa congregação, isso quer dizer que um sacerdote terá de estudar muito mais do que um devoto mas isso não quer dizer que um devoto não possa estudar tanto quanto queira uma vez que nossos estudos são abertos a todos os interessados e não segmentados por posição ou cargo religioso. Na prática ninguém quer ser atendido por um médico sem preparação ou ser ensinado por um professor que desconheça sua matéria.

O estudo te levará a conhecer os Deuses, as crenças e práticas, sua comunidade e adquirir autoconhecimento. Na prática você não encontrará um sacerdote nosso que não se dedique a longos estudos mas poderá encontrar um Duine (devoto) que estude mais ou menos conforme sua própria demanda.

A tradição céltica não está compilada e organizada em um só livro, em um só lugar. Ela permaneceu escrita nos relatos dos romanos em tempos de invasão da Gália, também permaneceu escrita por monges, nos manuscritos cristãos da Irlanda recheados de paganismo e conceitos não cristãos de origem céltica, inclusive toda nossa mitologia. A tradição céltica permaneceu em práticas folclóricas repetidas por gerações de habitantes das terras gaélicas, registradas pelos folcloristas do século XIX.Tal como os povos célticos que viviam em tribos separadas com traços em comum, a tradição céltica que vivemos hoje está dispersa nessas diversas fontes que estudamos, traduzimos e interpretamos à luz da contemporaneidade.

Essa religião não foi criada a partir de uma revelação como comumente acontece,ou de um messias, uma profecia. Ela é a continuidade de um modo de perceber o mundo e o sagrado que vem desde a Antiguidade, dentre os antigos povos celtas e que guardadas as transformações histórico-culturais inerentes à qualquer sociedade existe até os dias de hoje, e que por mistérios que não cabe à razão, são o modo como nos parece mais adequado perceber o mundo hoje.

Não, você não pode ter dupla pertença em Walonom. Iremos te ajudar a fazer sua família entender e aceitar sua inclinação espiritual, temos sacerdotes para isso, mostraremos como poderá organizar as coisas em sua vida nesse sentido.

Não.De nossa parte consideramos que não é coerente ou justo. 

Há uma possibilidade de você conhecer bem nossa religião sem pertencer a Walonom,tomando o tempo necessário para pesquisar em si se é esse seu lugar, seu caminho, se é isso que quer pra si. Para isso temos site com artigos e livros gratuitos,, temos canal no YouTube, página e grupo aberto no Facebook e fazemos webnários periódicos gratuitos. Caso sinta que pertence a esse grupo, seja bem vindo, se ainda estiver em dúvida, tenha certeza antes de pedir ingresso.

Não estamos em busca de um grande número de membros curiosos sem comprometimento, mas de integrantes interessados e comprometidos que integrem conosco uma comunidade. 

Se você sair de Walonom, seguindo nosso protocolo de saída que é bem simples e consiste no envio de um único e-mail pedindo desligamento, sim.Poderá voltar sem necessidade de explicação passado o período de afastamento. Pessoas que saem de Walonom por abandono, por não responder aos Sacerdotes ou por desrespeito à nossas regras como a de dupla pertença não podem retornar.

Existem duas formas de sair de Walonom:

Saída compulsória: quando a instituição te afasta/desliga da Ordem. Aqui você não poderá retornar a menos que em caráter de exceção os sacerdotes lhe aceitem.

Saída pedido : quando você solicita seu afastamento/desligamento da Ordem. Aqui você poderá retornar desde que faça todo processo de associação novamente.

Sim. Nossa religião não exclui de maneira alguma membros por conta de sua orientação sexual ou raça, cor, etnia, classe social, formação acadêmica…

Sim. Nossa religião não exclui de maneira alguma membros por conta de raça, cor, etnia, classe social ou orientação sexual.

Não excluímos. Nosso culto se divide em três pilares básicos: o culto aos deuses, aos espíritos e aos ancestrais. No termo “ancestrais” estão incluídos tanto os ancestrais da fé (aqueles que no passado compartilharam os mesmos deuses que nós) e os ancestrais de sangue (nossos parentes imediatos e distantes). É impossível ser de alguma religião céltica no Brasil e excluir nossas matrizes indígenas e africanas. Simplesmente não cultuamos os deuses nem importamos práticas dessas matrizes, mas prestamos nossa reverência e respeito por sua importância na construção do país e de seus povos.

Se você foi e participou ativamente isso poderá ser avaliado e ser considerado dupla pertença, nesse caso alguém irá conversar com você para entender a situação e se for decidido pode ser sim que tenha seu desligamento compulsório realizado mas não é comum isso acontecer em Walonom, temos uma política de comunicação muito efetiva. Se for como convidado ou para apreciar algum amigo ou familiar isso não será considerado dupla pertença e está tudo bem.

Existe uma diferença em você ir para uma festa de umbanda acompanhando alguém e você ir incorporar e realizar trabalhos religiosos nesse lugar. Se tens dúvidas em relação a algum evento ou momento específico sobre isso nossos fulcro (clero) estará à sua disposição para esclarecimentos pontuais.

Entendemos que a magia é parte integrante dos aspectos de nossa prática religiosa, mas não toda ela. Alguns de nós estão mais conectados aos trabalhos mágicos e outros menos, sem isso implicar em quanto Walonianos somos. Assim como a vida de um católico não se resume à ida a missa, a nossa não se resume, mas inclui, a magia.

Sim. A magia faz parte de todas as religiões, principalmente das religiões politeístas. No entanto o foco da religião não e aprender/praticar e ensinar magia, não participamos de uma religião para isso.

Uma religião, que como tal inclui prática mágica,dentro de toda uma estrutura hierárquica, ritualística, orações, devoção, meditação, textos fundamentais, símbolos sagrados, cânticos, poemas próprios etc.

TDW é uma designação cunhada pelos nossos fundadores e perpetuada dentro da linhagem iniciática que desenvolvemos. Ao longo das últimas décadas diversos grupos e movimentos surgiram em busca da construção de uma religiosidade baseada nos Celtas, dentro deste cenário surge a Tradição Druídica Waloniana (TDW). Assim como cada indivíduo não pode ser medido por parâmetros diferentes dos que reconhece nós preferimos manter nossa identidade sem medi-la por movimentos que antecederam o nosso. Em resumo, não nos ocupamos com o que nos diferencia mas sim como o que nos torna o que somos, independente de qualquer coisa. A Ordem Walonom é mantenedora da TDW articulando sua linhagem e expansão, criando terreno para nascimento de grupos e outros movimentos à partir de suas crenças e diretrizes. O desenvolvimento dos nossos costumes surge de maneira independente e sem interação com o movimento do Druidismo e do Reconstrucionismo no Brasil portanto não somos inteiramente alinhados com nenhum dos dois. Nascemos neste país em 2001 buscando construir uma religiosidade praticável baseada na cultura e religião Celta tendo autonomia para preencher lacunas conforme nossa comunidade interna entendesse ser mais adequado respeitando as práticas célticas como norteadoras. Os Bosques associados à Ordem são a referência da prática em seu estado fulcral e neles todos são designados como praticantes da TDW no entanto, mantemos em nossa esfera público  e comunitária (a Ordem Walonom) a possibilidade de qualquer membro identificar-se como praticando Druidismo desde que mantendo coerência histórica e cultural com os Celtas ou como Reconstrucionista. Não nos ocupamos de quais semelhanças ou diferenças podem haver entre um movimento ou outro porque como dito somos parte de um movimento maior e nos identificamos como uma tribo independente pautada na Tradição Druídica Waloniana portanto é assim que nossos sacerdotes identificam sua religião.

Essa é uma pergunta comum devido a grande popularidade da Wicca e a confusão que algumas pessoas fazem acreditando que a Wicca é a base de todo paganismo contemporâneo. As diferenças dariam um livro mas vamos esboçar aqui brevemente para tentar sanar a dúvida.

A Tradição Druídica Waloniana que seguimos é baseada na espiritualidade dos povos célticos da Antiguidade e mantém uma relação com esse povo e sua cosmovisão. Assim sendo não usamos pentagramas, não acreditamos em um único casal heteronormativo divino de deuses, nem em deuses com muitos nomes que são amalgamados em uma figura única, mas em deuses múltiplos, individuais, não arquetípicos. Nosso calendário ainda que tenha datas homônimas diferem na simbologia.Não usamos trilunas e nenhuma de nossas deusas simboliza esse astro, ainda que algumas simbolizam o sol. Nossos deuses que são triplo são irmãos homônimos, é uma triplicidade de função e não de idades dentro do ciclo da vida. Nossas quatro direções se baseiam nas características da província da Irlanda, simbologia muito presente no folclore e mitologia e não nos 4 elementos-pontos cardeais. Não usamos os 4 elementos, mas 9 que estão relacionados a relação macrocosmo-microcosmo /corpo-universo (duille). E o mais importante é que a TDW é comunitária e familiar. Ainda que na Wicca existem famílias e grupos de praticantes ela se desenrola como um caminho mais individual enquanto nossa religião visa a experiência doméstica, familiar e comunitária.

Não, somos politeístas (que crêem em vários deuses). A bruxaria é um termo cunhado na Idade Média relacionado a algumas práticas mágicas heréticas. Nossa tradição é contemporânea com inspiração em um período anterior, a antiguidade.

Não, o druidismo era a religião de um grupo seleto erudito da elite da Gália e Bretanha. Temos indícios de que fenômenos socio-religiosos parecidos tenham ocorrido na Irlanda com os filidh mas definitivamente essa não era a religião do povo.A partir da necessidade de reconstrução das práticas religiosas e das próprias crenças precisamos levar em conta não somente a religião praticada pelo clero mas também a do povo, essa que deixou resquícios através do folclore e diversas práticas ainda presentes nas terras célticas. Dizer que somos Druidismo seria como dizer que um católico pratica padrismo.

O termo celta se popularizou amplamente e tem sido indiscriminadamente utilizado por ser vendável e remeter a um universo fantasioso comercial. Assim sendo um vasta gama de coisas batizadas como celtas que na verdade não possuem nenhuma relação histórica ou lógica com o mundo céltico real e por isso não fazem parte de nossa Tradição. Os celtas não utilizaram horóscopos, não tinham astrologia, não jogaram tarô, desconhecemos sua música e não usavam o ogham como oráculo de árvores portanto não é correto acreditar que tudo que usa o nome celta/céltico é legítimo nem que usamos todas essas coisas. No mais acreditamos que é preciso tomar consciência de que não somos celtas, somos brasileiros, vivendo no Brasil uma religião que remonta a Antiguidade. Esse processo é de aprendizado, meditação, gnose, reflexão, interpretação, estudo, prática, vivência e transformação internos. Vestir roupas no mesmo corte que os celtas, beber em chifres (que não eram usados como copos na Antiguidade), beber demais, comprar uma pilha de tarôs ‘’celtas’’, bijouterias ‘’celtas’’ e consumir todas as coisas batizadas de célticas por aí não fará de mim um bom pagão ou um pagão melhor que ninguém ou aos olhos das Três Famílias.

Ainda que os Celtas sejam o nome dado a um conjunto de povos que compartilhavam uma identidade sócio-cultural que incluía uma religião de estrutura similar entre si, não é preciso ser celta ou descendente direto dos povos célticos para optar por uma religião céltica. Esse processo se dá por afinidade pessoal que independe de genealogia ou geografia.

Espiritismo, seja ele kardecismo ou eufemismo para práticas mediúnicas diversas são doutrinas cristãs.Não somos cristãos, somos politeistas célticos praticantes da Tradição Céltica Waloniana.

Sim, nosso clero é absolutamente capacitado para atendimentos à comunidade através de diversas frentes mágicas e espirituais.

Paganismo é o modo como são chamadas as religiões de antes de cristo ou do cristianismo. Não se trata de uma oposição,não se pode ser oponente do que não existia, o cristianismo veio depois das diversas formas de paganismos politeístas que são as religiões mais antigas do mundo que temos notícia. Nossa fé é mais uma, existia antes e existe durante o cristianismo, coexistindo com ele e não pretende combater ou suplantar outras fés de forma alguma. Defendemos o estado laico para que cada um tenha sua liberdade de credo.

Não se trata de uma oposição, não se pode ser oponente do que não existia, o cristianismo veio depois das diversas formas de religiões tradicionais, que são as religiões mais antigas do mundo que temos notícia. Nossa fé é mais uma, existia antes e existe durante o cristianismo, coexistindo com ele e não pretende combater ou suplantar outras fés de forma alguma. Defendemos o estado laico para que cada um tenha sua liberdade de credo.

Não consideramos dupla pertença festas familiares e como tradição religiosa familiar que somos, de modo algum incentivamos rompimentos com comemorações em família devido à nossa religião. Nossos membros são igualmente livres para festas e celebrações em outros templos pois ir a um batizado, a um casamento, estar com sua família no celebrar o Natal não configuram rituais religiosos.

Mas sim, se você pretende dedicar mais tempo às celebrações de outras religiões do que às nossas/suas isso configura dupla pertença e não aceitamos ela entre nossos membros.

Somos uma religião. Não existe religião saudável sem espiritualidade. No entanto consideramos que o termo espiritualidade vem sendo cada vez mais utilizado como eufemismo para religião, um termo que sugere menos comprometimento e mais superficialidade por isso preferimos a denominação religião:o conjunto de práticas religiosas, crenças, visão de mundo, deuses, espíritos, símbolos, festivais, valores morais, ética e espiritualidade próprias.

Nossa religião não é perigosa. Nossa fé é comunitária e familiar aberta a todas as pessoas, própria para ser praticada em grupos incluindo crianças e idosos. Tal qual um celta que nascia em sua tribo aprendia o modo de ver o mundo natural e sobrenatural de acordo com sua identidade, entendemos que nossa religião, nossa tradição cumpre o papel da comunidade de outrora, onde todos são bem vindo e todos tem seu lugar.

Não. É um engano acreditar que pagão é o contrário ou oposto de cristão. Logo se eles têm normas, moral, ética não quer dizer que nós não temos ,mas sim que seguimos lógica, moral, éticas,  regras e normas diferentes.Então não, no paganismo, no politeísmo em geral e muito menos em Walonom nem tudo não é permitido, o nome disso é caos, toda nossa espiritualidade gira em torno da ideia de restauração e manutenção da ordem, equilíbrio e harmonia.

Walonom acredita na ciência, nos fatos científicos, nos saberes acadêmicos e nem por isso deixa de acreditar nos Deuses, no sobrenatural  do mundo e no inexplicável que faz parte de toda religião e da fé. As duas crenças são totalmente compatíveis.

Somos uma irmandade e trabalhamos em conjunto, nos reunindo em todos os momentos possíveis de modo virtual e presencial.

Os antigos povos célticos que nos servem de inspiração escreviam e em várias línguas ainda que seus textos não tenham sobrevivido (com exceção de alguma s placas votivas, placas metálicas e altares de pedra) então é verdade que não temos fonte primária que contenha o escopo das religiões célticas ancestral de modo organizado, no entanto, sabemos sobre suas crenças através dos relatos romanos e dos textos medievais. Dezenas de universidades pelo mundo possuem núcleos de estudos célticos e se a máxima de que -eles não escreveram logo não sabemos nada- fosse verdade esses núcleos de pesquisadores não existiriam. 

O que pode ser lido e acessado nessas fontes e no folclore vivo da tradição céltica das ilhas gaélicas nos fornece muitas informações preciosas nos inspiram a viver uma religião céltica  verdadeira à luz da contemporaneidade.

Acreditamos que vários deuses e várias deusas existem, inclusive alguns que não cultuamos, inclusive deuses de outras religiões.

Nossos Deuses e Deusas são os cultuados pelos povos célticos na Antiguidade.

A crença na mãe terra, na Deusa Mãe, no Deus Chifrudo não é comum a todos os pagãos como algumas pessoas erroneamente insistem em difundir. A Terra é nosso planeta e a vemos dividida em Três Reinos: terra, céu e mar, conforme a cosmologia gaélica e de vários povos indo-europeus.

Temos um calendário próprio que consiste nas datas célticas que conhecemos hoje: Lughnasadh, Samhain, Imbolc e Beltane e datas criadas por nós para homenagear Deuses, Deusas , heróis e outros momentos de nossa religião que julgamos importante. No entanto, apesar de terem nomes em comum com as da roda do ano, nossos festivais seguem a tradição céltica e como tal sua simbologia, costumes e prática são próprios dessa tradição e folclore, obedecendo a cosmologia céltica.

Não. Não somos filhos dos Deuses. Podemos nos dizer filhos com o respeito e carinho de um devoto que se diz filho como quem humildemente se submete à guarda de uma divindade, sem com isso achar que tem poderes especiais ou é preferido por esse deus dentre outros devotos ou seres da Terra.

Sacrifícios são parte de qualquer culto onde há Deuses e Deusas. Sacrificar significa tornar sagrado. Nossos ancestrais célticos sacrificavam moedas, espadas, jóias, animais e pessoas. Não sabemos ao certo o exato contexto desses sacrifício e como não somos títeres dos celtas e utilizamos nos dias de hoje aquilo da religião que faz sentido na prática contemporânea, sacrificamos principalmente arte, objetos, trabalho, comida e bebida.

Não.

Não. Céu e inferno são concepções religiosas abraâmicas e nossa fé em outra cosmologia, com um noção diversa do Outro Mundo, de múltiplos mundos e ilhas, sem paralelo ou correspondência com esse dualismo bem/mal,céu/inferno.

Não. Deuses não são gênios da lâmpada .Não cultuamos deuses, espíritos e ancestrais para termos nossas vontades atendidas e desejos realizados.Milagres acontecem, realizações de pedidos também, orações e trabalhos de magia funcionam, interferem em nossa realidade, mas esse não é o foco nem o objetivo da religião.Não corroboramos com pessoas e ou grupos que propagam a religião pagã e reduzem toda a riqueza de sua espiritualidade como fonte de realização de desejos mundanos.

Incorporamos Imbas e somos inspirados diretamente pela proximidade da energia dos Deuses (Toque).

Sim. Oferendas e rituais são comuns a todas as religiões

Não. Na Tradição Druídica Waloniana aceitamos pessoas que se orientem por qualquer tipo de alimentação (vegetariana, vegana, onívora..) sem pontuar qual é a mais adequada ou condenar nenhuma delas.

O culto aos antepassados e ancestrais é parte fundamental de nossa religião.

A ideia de celtas enquanto raça é ultrapassada e os textos e ou autores que usam esses termos estão datados, ultrapassados, desinformados ou pior.. Os celtas são um nome genérico dado à um grupo linguístico heterogêneo formado por diversas tribos, tribos essas que como todos os grupos humanos de desenvolveram interagindo com demais povos e culturas sem conter, almejar ou sustentar nenhuma ideia de pureza. Isso está claro inclusive nos mitos. Nós os cultuamos como nossos ancestrais espirituais porque deles vieram as ideias fundamentais de nossa religião.Isso não tem nenhuma relação com genética e dna e sim com amor, devoção, respeito e honra aos Deuses.

Entendemos que a nossa vida começa bem antes de nós, nas escolhas de nossos ancestrais, nos caminhos que seguiram, em suas conquistas e derrotas, em suas batalhas, a cada passo, nós e nosso futuro estava sendo forjado e por isso e honramos nossos ancestrais por isso, somos o resultado de todas as escolhas de nossos ancestrais, carregamos suas características físicas, sua genética mas muito mais importante em nossa herança ancestral é a força da linhagem antes de nós. Ter consciência dessa linhagem é entender que não estamos sozinho no mundo, soltos em nossa existência,nascidos por acidente e jogados no caos da vida.Nada disso: temos uma linhagem;todos nós, cada ser humano possui uma linha de apoio às nossas costas,uma grande corrente  que nos liga ao nosso primeiro ancestral, passando por terra, mar e céu, passando por países, continentes e eras. Uma linhagem que nos dá força, que deve se espelhar em nossos avós e avôs, pais e mães que um dia serão nossos antepassados, e nós de nossos filhos. Infelizmente sabemos que nem sempre esse apoio acontece de modo ideal nos familiares próximos, entendemos que ninguém deve se submeter a situações de desonra, conflito ou abuso e rompimentos acontecem. No entanto, não é justo, por conta desse número ínfimo de pessoas (um, dois membros ou toda família próxima) perdemos o elo com todas as milhares de pessoas de nossa ancestralidade. Cremos que eles nos observam e torcem por nós, podemos sentir sua força em dias em que o véu está fino. Podemos não saber seus nomes ou de onde vieram, mas estamos conectados aos nossos ancestrais familiares, aos ancestrais de nossa fé (os celtas), aos ancestrais da profissão que seguimos, das bandeiras que levantamos e muitos outros. Honrar o passado é parte fundamental de nossa espiritualidade, e fazer isso apesar dos conflitos parte do processo de cura espiritual.

Não temos mito de criação e, sinceramente, não nos faz falta. Nossa religiosidade é riquíssima em outros relatos mitológicos que nos mostram como viver em comunidade e nos ajudam a entender nossos deuses. De onde viemos não chega a se tornar uma grande questão.

Quando morremos deixamos este mundo e vamos habitar o Outro Mundo. Inicialmente, reencontramos nossos entes queridos na Casa dos Antepassados, depois disso podemos ter ainda outros muitos destinos a seguir.

No sentido de sermos servos de um deus, não. No sentido de servi-los alimentos, bebidas e outras sortes de presentes, sim. Nosso papel perante aos deuses é reverenciá-los e celebrá-los, reverenciar suas qualidades e celebrar suas presenças. 

Devoção, para nós, é sinônimo de dedicação. Quando nos comprometemos a conhecer uma divindade, seus gostos, seus mitos e quando nos comprometemos a manter um culto regular e estruturado a ela, podemos nos considerar devotos.

Deuses não são objetos para serem utilizados sempre que quisermos fazer um ritual. Antes de qualquer contato, recomendamos o estudo e o bom-senso. Afinal, é extremamente rude pedir favores a desconhecidos. A aproximação através de oferendas votivas, a leitura dos mitos e histórias da divindade em questão e a reflexão acerca de tudo isso é recomendada antes de qualquer primeiro ritual.

A religião não resolve problemas pontuais. Não servimos de farmácia espiritual. Os ritos e festivais servem, de uma maneira geral, para afastar o caos e manter a ordem. Estando em dias com suas práticas religiosas e com os deuses, sua vida tenderá a ficar mais estável e organizada. Trabalho mágico não é sinônimo de religião, mas isso não impede de realizar trabalhos de feitiçaria, que ajudam a tornar nossa vida mais dinâmica.

Ética e moral não estão associadas a nenhuma espiritualidade e não pertencem a nenhuma religião. Nossa Tradição e a religião original que nos inspira está fundamentada em sólidos princípios éticos e morais que orientam nossos ensinamentos. Fora isso, obedecemos a legislação brasileira vigente e apoiamos todas as causas humanitárias, em pró da igualdade, em defesa de minorias, no combate à violência e desigualdade, defesa do estado laico e defesa dos direitos humanos.