Conheça um pouco da nossa história
Foi no limiar do novo milênio, quando o mundo ainda sussurrava antigas promessas esquecidas pelo tempo, que a semente daquilo que viria a ser chamado Walonom começou a germinar. Não houve grandes anúncios, nem templos erguidos com pedra e ouro — apenas um chamado sutil, sentido no coração do sacerdote Nathair. Um chamado vindo das brumas que se movem entre os mundos, onde a voz dos Deuses ainda ecoam para aqueles que sabem ouvir.
Impulsionado por uma experiência espiritual profunda — uma daquelas que não se explicam com palavras, mas se sente com a alma — Nathair reuniu alguns poucos ao seu redor. Jovens, sonhadores, buscadores. Seres tocados pela ânsia de recordar aquilo que já sabiam antes de nascer. Assim nasceu Avallonia: um círculo de estudos que, mais do que aprender sobre magia, desejava relembrar o caminho dos Antigos Deuses das florestas, dos rios, das estrelas.
O primeiro encontro, realizado sob o céu de agosto do ano 2000, foi mais do que um simples estudo. Foi rito. Celebração. Reencontro. Amigos e vizinhos se reuniram para celebrar o que não sabiam nomear, mas que sentiam pulsar no sangue: o chamado ancestral do que hoje reconhecemos como paganismo celta. Ao redor do fogo de uma vela e da partilha, entre risos e silêncios sagrados, algo antigo foi despertado.
Os encontros, realizados aos finais de semana, tornaram-se refúgio e lar. As palavras vinham de livros emprestados, de impressões feitas em papel amarelado, de recortes da incipiente internet — um oráculo ainda tímido, mas que oferecia migalhas de sabedoria. Os recursos eram escassos, como quase tudo era naquela juventude: faltava dinheiro, apoio, reconhecimento. Mas havia fé. E onde há fé, os Deuses se fazem presentes.
Em outubro daquele mesmo ano, sob os ventos de Beltane, o grupo voltou a se reunir. E então decidiram: os rituais seriam mantidos. Samhain e Beltane passariam a marcar o tempo sagrado, acompanhados das luas cheias, cujos segredos cantavam às almas atentas. Assim, um calendário sagrado foi tecido, como um manto sobre os ombros de uma nova era.
No ano seguinte, 2001, quando o tempo já havia provado a firmeza daquelas intenções, o que era apenas um círculo se transformou em Ordem. E com o nascimento da Ordem, veio o nome que ecoaria pelos anos: Walonom.
Não foi uma criação. Foi um renascimento.
Muito mais do que curiosidade mas magia
Ao lado você pode ver uma das raras fotos daquela época, aqui já em 2004, com uma das formações mais antigas da Ordem. Na ordem estão Kyra, Natashe, Bathry e Nathair.
Os anos passaram como passam as estações — com beleza silenciosa e inevitável. E ao longo de vinte e cinco voltas completas da Roda do Ano, aquilo que começou como semente tornou-se árvore de raízes profundas e copas largas, oferecendo sombra, frutos e abrigo aos que chegaram depois.
Neste tempo sagrado de amadurecimento, a Ordem Walonom tornou-se mais do que um nome — tornou-se um farol. Uma referência para aqueles que, perdidos nas névoas do mundo moderno, buscavam reencontrar o caminho de volta à Terra, aos Deuses Antigos, à centelha de magia que vive em cada ser.
Foram realizados casamentos sob a bênção das estrelas e dos elementos, selando uniões com os votos da alma. Cursos e formações foram oferecidos como oferendas de saber, despertando sacerdotisas e sacerdotes que dormiam no coração de muitos. Palavras foram reunidas em livros, registros vivos de uma tradição que não se perde, mas se transforma.
E, mais precioso que tudo, cultivamos uma irmandade. Não uma irmandade feita de obrigações ou aparências, mas de amor verdadeiro, de partilha e de escuta. Uma teia viva onde cada pessoa é acolhida como é, e guiada com respeito por sua trilha única dentro do paganismo celta.
É assim que seguimos: caminhando com os pés na terra e o espírito voltado para o sagrado. Unidos pelo chamado ancestral que ainda ressoa nas pedras, nas árvores e no sangue. E enquanto a Roda girar, girará também conosco a sabedoria dos Antigos.
